domingo

Após as prévias, é hora da unidade no PT de Porto Alegre

Maria do Rosário saiu-se vitoriosa, com todos os méritos, das prévias que escolheram a candidatura do partido para a Prefeitura da capital. Tendo o nosso reconhecimento como legitima vencedora.
Todos sabemos que processos internos como estes sempre geram traumas e fissuras internas, que se não forem bem trabalhadas podem gerar distanciamentos internos ainda maiores. Que é justamente o oposto que a conjuntura eleitoral exige do PT para disputar com chances de vitória.
Tem me causado surpresa, no entanto, as inúmeras manifestações de militantes e dirigentes partidários, apoiadores da Rosário, com tom provocativo e divisionistas nos últimos dias ao repercutir o resultado.
Apontam adjetivações contra os apoiadores do Rossetto (inclusive reproduzindo discursos da RBS) como o da vitória da "base" sobre os "caciques" e etc, para logo em seguida, reafirmar a necessidade de unidade. Adotando-se a tática do "bater com uma mão e afagar com a outra".
Prova disso é o boletim eletrônico do vereador Adelli Sell desta semana, onde após alfinetar com diversos argumentos provocativos, chama a tal falada "unidade", que chega a parecer, pelo tom das provocações anteriores, como um mero exercício de retórica.
Infelizmente, não é este um caso isolado, e nos causa tremenda preocupação. Afinal, como pode um determinado setor do partido querer, a partir de uma vitória por uma diferença de 56 votos, afirmar que não necessita da presença ativa da outra metade do partido para garantir a vitória do PT e do campo democrático e popular nas eleições? Ou será que a verdadeira motivação de alguns setores em apoiar a candidatura vitoriosa se dava apenas pela negação da candidatura oponente, em uma postura de puro sectarismo? Ou ainda será que a real motivação era impedir que se mantive-se o símbolo de Porto Alegre ser um local onde o PT conseguiu construir uma história virtuosa, distante do "ultra-pragmatismo" que assola o partido em outros locais (o exemplo mais gritante é São Paulo) e com isso retirar da esquerda este importante símbolo? Será por isso tal virulência em permanecer com uma postura de combate interno?
Espero que não. Espero que estas sejam posturas isoladas que não reflitam a política de todos os setores que apoiaram a candidatura da Rosário. Ela acredito que certamente não concorda com isso.
Acredito que, com responsabilidade e espírito coletivo condizentes com a história do Partido dos Trabalhadores nessa cidade, teremos plenas condições de superar tais problemas e construiremos a necessária unidade interna. Que não pode se tornar uma mera expressão vazia, mas uma real e solida construção política para sairmos vitoriosos novamente.

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